sexta-feira, 7 de junho de 2013

A arte de bem servir o vinho.





O vinho é popular praticamente no mundo todo, pois o seu surgimento em tempos remotos tornou-o um produto que acompanhou grande parte da evolução econômica e sócio-cultural de várias civilizações ocidentais e orientais. Mas isso não quer dizer que pode ser servido de qualquer maneira, sem nenhum requinte.
A maioria das pessoas acham que as regras para se degustar um vinho são meramente frescura. Na verdade, cada uma das regras tem um motivo. O objetivo delas é fazer com que a pessoa aprecie o máximo possível o seu vinho, sem atrapalhar sua temperatura, seu sabor e seu ar elegante.
Então vamos ver a seguir, algumas regrinhas básicas na hora de servir o vinho.


A ordem dos tipos de vinhos
Volto em breve com mais algumas dicas e curiosidades.
A ordem por que deve servir os vinhos é a seguinte: o seco antes do doce, o novo antes do velho, o branco antes do tinto.
Na dúvida, pense: não posso apreciar um bom vinho seco, se antes eu tiver bebido um vinho doce. Um vinho que envelheceu está no seu auge, logo, ele esconderá o vinho novo, que ainda não está maduro.
Você deve sempre servir por último o melhor, pois ficará guardada aquela última impressão.
Resumindo, siga assim: Do bom ao excelente. Do leve ao encorpado. Do simples ao complexo.

A que temperaturas servir
Os vinhos brancos, rosados e espumantes, bebidos fora das refeições ou servidos antes destas, são mais agradáveis bem frescos. Recomenda-se deixar a garrafa imersa em uma mistura de 50% gelo e 50% água por aproximadamente 15 minutos. Estes vinhos nunca devem ultrapassar a temperatura de 8°C, pois perde o paladar e o aroma.
Já os tintos, que devem ser servidos em temperatura ambiente, deve-se levar em consideração que esta temperatura refere-se ao ambiente onde o vinho foi produzido, o que na sua grande maioria, são ambientes mais frios. Logo, se está um calor de 28°C, você não vai deixar o vinho em cima da mesa "cozinhando".
O ideal mesmo é, primeiro verificar a temperatura indicada no próprio rótulo. Um truque que funciona bem é, deixar a garrafa imersa em uma mistura de 25% gelo e 75% água por uns 10 minutos antes de servir.

Abrir a garrafa
Corte a cápsula logo abaixo dos recortes do gargalo, para que na hora de servir, o vinho não entre em contato com o material da cápsula. Lembre-se de deixar o rótulo o tempo todo de frente para os convidados.
Introduza suavemente o saca-rolha, segurando firmemente a garrafa com a outra mão. Não ultrapasse a rolha com a espiral, a fim de evitar que caiam no vinho partículas de rolha ou depósitos que lhe tenham fixado. Se a rolha é difícil de extrair, introduza o saca-rolha em diagonal. Depois de retirar a rolha, limpe o interior do gargalo.
Para abrir uma garrafa de espumante, segure a rolha com firmeza depois de retirar o muselet, e, use sempre um guardanapo de pano para abafar qualquer barulho de estouro da saída da rolha.

Servir
Tenha cuidado ao servir para não respingar vinho. Segure firmemente o corpo da garrafa, lembrando sempre de deixar o rótulo a vista de quem vai beber.  
Nada e encher o copo! O ideal, é que se preencha 2/3 do copo para que haja espaço o suficiente para aquele movimento giratório do copo e liberar os aromas.
Para os espumantes, encha o copo até a metade, para uma melhor observação da "subida" das bolhas.

A escolha do copo
Fatores importantes na escolha do copo ideal são: a transparência do cristal para a apreciação perfeita da cor. As hastes longas para permitir segurar o copo sem tocar o bojo e assim não alterar a temperatura da bebida. E quanto mais aberto o bojo, mais se ressaltam os aromas.


Agora que sabe a maneira certa de servir, aproveite para treinar servindo a si mesmo uma garrafa de seu vinho preferido.


Saúde!

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Mas afinal, o que são os Taninos?



Você já deve ter se perguntado isso algumas vezes, quando ouve alguém dizer que tal vinho é "muito tânico” ou “pouco tânico”.

Didaticamente falando:
Taninos são polifenóis de origem vegetal (Substâncias naturais encontradas em plantas. Muitas destas substâncias são classificadas como antioxidantes naturais e possuem propriedades terapêuticas, estando presentes em alimentos e plantas medicinais).
Alguns alimentos que contém taninos: Cereja, chá, vinho (mais nos tintos que nos brancos), romã, a maioria das bagas (arando-vermelho, morango, mirtilo) também contém taninos, entre outros.

No vinho:
Tanino é um ácido adstringente derivado das cascas e sementes das uvas que causa uma sensação adstringente na boca.
As cascas das uvas vermelhas contêm tanino, que é a chave da diferença básica de sabor entre vinhos tintos e brancos. Quanto mais o suco for deixado em contato com as cascas, maior o teor de tanino, que dá ao vinho uma característica adstringente.
Se você não estiver acostumado com o sabor de um vinho tinto forte, poderá se flagrar fazendo careta.

Qual a sensação dos taninos?
Sabe quando você come um caju ou banana verde e “amarra” a boca? Este é o tanino da fruta.
A sensação de amarrar do tanino ainda tem o nome "técnico" de Adstringência.
O excesso de taninos no vinho traz aquela sensação de secura imediata na boca. Já uma quantidade adequada e equilibrada, com a acidez e doçura, não causará esse efeito, pelo contrário, o tanino será sentido como parte estrutural da bebida.
Quanto mais maduros forem os taninos, menores serão os sintomas de adstringência e agressividade. Taninos maduros podem ser descritos como dotados de textura aveludada, como se o vinho contivesse inúmeras micro partículas sólidas, que não provocam nenhuma aspereza na boca, apenas contribuem com volume e peso.

Para que serve?
O tanino tem uma função importante para o vinho: ele é um conservante natural. Enquanto todos os outros elementos são iguais, um vinho com quantidade elevada de tanino irá durar mais, ou seja, é fundamental para a longevidade, a estrutura e base dos vinhos tintos. Por isso, muitos que têm essa substância em abundância, como os vinhos com Cabernet Sauvignon e Nebbiolo, são os que podem envelhecer por mais tempo. Inclusive, falando nisso, geralmente quanto mais grossa for a casca, mais taninos a uva terá. Outros bons exemplos são a Petit Verdot e Sangiovese.
Os taninos regem a idade do vinho. Um vinho novo é adstringente porque os taninos ainda não amansaram, um vinho jovem é aquele elaborado com poucos taninos de modo a permitir um consumo imediato, vinhos velhos são aqueles em que a evolução dos taninos gerou a complexidade aromática.

E para harmonizar?
Um vinho que, sozinho, seja amargo demais pode ser o complemento perfeito para um jantar.
Para harmonizar um vinho com taninos mais elevados, aposte em carnes vermelhas e evite peixes, já que vinho tinto tânico junto ao sal poderá dar uma sensação metálica na boca. Logo, queijos mais salgados também devem ser evitados.
Uma combinação interessante para harmonizar com vinhos assim é um prato com gordura, algo como carne de panela, carne assada, algo do tipo.

Uma curiosidade interessante:
Os taninos são os principais responsáveis pelos benefícios que o vinho traz a saúde, logo, concluímos que apenas os vinhos tintos fazem bem a nós seres humanos, os brancos, em que pesem serem deliciosos, não tem essa qualidade.


Deu para entender melhor sobre os taninos?
Agora, aprecie uma boa garrafa de tinto, e perceba cada detalhe e sensação.


Saúde!