quarta-feira, 31 de julho de 2013

Espumante é o mesmo que Champagne?

Champagne
Todo Champagne é espumante, mas nem todo espumante é Champagne.
 Espumante é um vinho que pode ser produzido com uma variedade maior de uvas, que tem nível significativo de dióxido de carbono, fazendo-o borbulhar quando servido. O Dióxido de carbono resulta de fermentação natural, seja ela feita dentro da garrafa (Método champenoise) ou fora dela (MétodoCharmat).
As borbulhas de CO2 que se formam durante o serviço são denominadas perlage.
 A palavra champagne é usada como sinônimo de espumante, o que é vedado inclusive por algumas legislações.
Para ser considerado um Champagne, deve ser fabricado obrigatoriamente na cidade de Champagne, no Nordeste da França e deve ser feito no método Champenoise (fermentação natural feita dentro da garrafa) com três tipos de uva: a Pinot Noir (dá aroma frutal, estrutura e a cor dourada típica), a Chardonnay (fornece aroma floral, frutal e amanteigado) e Pinot Meunier (estrutura a bebida)
A região produtora de champanhe foi delimitada em 1927 e ocupa uma área de 32 mil hectares (a região demarcada do Douro, mais antiga e maior, foi criada em 1756 e ocupa 250 mil hectares).
É tradicionalmente servida como aperitivo, pois são estimulantes de apetite.
O Champagne virou a bebida das celebrações e sinônimo de status.

Os espumantes mais conhecidos:
·                     Champagne: França
·                     Asti spumante: Itália
·                     Prosecco: Itália
·                     Lambrusco: Itália
·                     Cava: Espanha
Existem vários tipos de espumantes que atendem bem todos os gostos. Quem aprecia vinhos secos, o brut é a melhor pedida. Já o demi-sec é meio seco, enquanto o doce, como o próprio nome já indica, traz uma taxa elevada de açúcar, sendo, inclusive, um vinho perfeito para acompanhar sobremesas.
Além das sobremesas, o espumante também acompanha muito bem frutos do mar e pratos com alto teor de gordura, sobretudo as frituras. Os rosés vão bem com salgadinhos condimentados.

Serviço:
Para atingir a temperatura ideal (em torno de 9ºC), a garrafa deve ser colocada em um balde com gelo e água por cerca de trinta minutos antes de servir.
Nunca coloque a bebida no congelador, pois a pressão dentro da garrafa pode fazer com que ela exploda.
Não chacoalhe a garrafa para projetar a rolha, pode machucar alguém e é deselegante.
Utilize um guardanapo de pano para abrir, assim, evita acidentes e abafa qualquer ruído na abertura.
Preencha a taça até a metade, nunca encha até transbordar.
Não espere uma ocasião especial para brindar com Champagne ou espumante. A ocasião é agora! Celebre a vida!

Saúde!

Método Charmat

Também chamado Charmat-Martinotti, este processo é um método mais econômico que o Método Champenoise para criar gás carbônico nos espumantes. O vinho é submetido à segunda fermentação em tanques de aço inoxidável (em vez da própria garrafa) e é engarrafado sob pressão. O processo é similar ao de fabrico de refrigerantes, diferindo deste na medida em que o gás carbônico do espumante é produzido na segunda fermentação (enquanto o do refrigerante é simplesmente adicionado por uma fonte externa ao processo).
Este processo foi inventado em 1895 pelo enólogo italiano Federico Martinotti mas foi patenteado em 1907 pelo francês Eugène Charmat.

Fonte: site wikpedia

Método Champenoise tradicional ou clássico

Esta é uma forma de processar vinhos espumantes realizando a segunda fermentação na própria garrafa, conforme já descrito acima. Este é o método utilizado para a produção do autêntico champagne, também sendo empregado em outros espumantes de qualidade superior. A invenção deste processo é outorgada ao monge beneditino Dom Pérignon.
O método consiste principalmente numa dupla fermentação do mosto, primeiro em tanques, e o segundo nas garrafas, em adega, fazendo o remuage (rotação das garrafas) regularmente.
A primeira fermentação, chamada fermentação alcoólica é idêntica à a que sofrem os vinhos comuns(ou seja não efervescentes). O vinho básico geralmente é vinificado em tanques mas alguns produtores preferem fazer a vinificação em barris de carvalho; é o caso das casas Krug e Bollinger.
No início do ano (que segue a colheita), os vinhos estão prontos para a mistura (ou corte) em que as proporções podem variar a cada ano incluindo vinhos de diferentes produtores ou mesmo de safras. Nenhum outro AOC na França permite este tipo de mistura de vinho de diferentes safras.
No momento de engarrafar o vinho básico assim obtido, é acrescentado um composto de fermentos e cerca de 24g de açúcar por litro de vinho. Isso provocará a última fermentação e é esta segunda fermentação que vai dar nascimento às bolhas de dióxido de carbono. A garrafa então é tapada com uma cápsula metálica parerida com as das garrafas de cerveja.
Porém, esta segunda fermentação provoca o surgimento de borras que deverão ser retiradas do vinho.
Segue então o período de descanso do vinho em garrafas durante cerca de um ano para os não safrados (ou millésimées) e de três anos ou mais para as garrafas safradas.
Após este período as garrafas são colocadas em estantes com o gargalo para baixo. A cada dia, as garrafas são remuées, ou seja giradas de um quarto de volta, de um movimento seco, a fim de descolar as borras da parede da garrafa e fazê-las descer para o gargalo. Em alguns produtores essa prática é feita ainda manualmente enquanto os grandes produtores já o fazem com equipamentos automatizados. Para retirar o depósito de borra, congela-se então o gargalo num banho de salmoura a -25°C, tira-se a cápsula e a borra é expulsa pelo gás sob pressão. O volume de champanhe assim perdido é substituído por uma mistura de vinho e açúcar, chamado licor ou vinho de dosagem. A quantidade de açúcar presente no licor vai determinar se o champanhe será brut, sec ou demi sec.
Existem também champanhes não dosados: completa-se o nível da garrafa com vinho em vez do licor de dosagem. Entre os não dosados encontramos o Drappier à Urville, Georges Vesselle à Bouzy, Laurent- Perrier à Tours-sur-Marne, Paul Goerg à Virtudes ou Piper-Heidsieck em Reims.
Nesse momento a garrafa de champanhe será tapada com a sua famosa rolha de cortiça e mantida em adega para o envelhecimento (maturação) antes de comercialização
A União Européia declarou que a expressão “Méthode champenoise” só pode ser utilizada para vinhos provenientes da região francesa de Champagne, aprovando o uso da expressão Méthode traditionnellepara os vinhos produzidos pelo mesmo sistema em outras regiões geográficas. Produtos que não estejam em conformidade com esta norma, o que se encontra com facilidade em vários países, não podem ser oferecidos no mercado da comunidade.

fonte: site wikpedia

terça-feira, 23 de julho de 2013

Vinho e frio. A combinação perfeita!


O inverno. Ah! O frio... Esta estação conhecida pelos casacos elegantes, botas de cano longo, lareiras que transformam o ambiente em um canto acolhedor, o rechaud borbulhando com aquele fondue quentinho e gostoso, e, como não poderia faltar, uma boa taça de vinho para acompanhar. Não existe uma estação mais adequada para tomar vinho.
Entre as versões, o tinto é o mais indicado para esta época do ano. São boas companhias para os pratos típicos de inverno, como pizzas, massas, carnes (churrasco, assados, cordeiro), fondues, risotos de carne, embutidos e queijos mais curados.
Vinhos com teor alcoólico mais alto para esquentar o organismo e dar sensação de aconchego para "quebrar o gelo". Em média, os tintos têm 13% de álcool, mas uma sutil alteração nesse teor, chegando a 14,5%, já confere uma boa diferença e calor. 
Escolha os mais frutados e menos tânicos com queijos bem curados.  (leia sobre taninos aqui)
MAS PORQUE PREFERIMOS COMIDAS MAIS PESADAS E VINHO NO FRIO?
Podemos associar o frio com o gasto energético maior do corpo, porque o organismo se esforça mais para manter a temperatura corporal dentro dos padrões da normalidade. Por isso, procuramos alimentos mais pesados e bebidas como o vinho, que aumentam a circulação do sangue, principalmente para os membros e as extremidades, dando sensação de aquecimento. Por esse motivo, que quando bebemos, ficamos vermelhos, na verdade é o sangue circulando mais nas extremidades.
OS TIPOS DE VINHO PERFEITOS PARA OS DIAS FRIOS:
AMARONE: Vinho tinto aveludado e denso, com aromas e sabores de frutas secas, vermute e chocolate. Harmoniza bem com cozidos e ensopados substanciosos de caças e queijos fortes (parmesão).
MALBEC ARGENTINO ENCORPADO: Tintos extremamente concentrados e intensamente frutados, com aromas e sabores de violeta e licor de frutas. Perfeitos para acompanhar churrascos.
VINHOS DO PORTO E MADEIRA: Vinhos fortificados, aos quais se acrescenta aguardente vínica. A maior parte tem a doçura dos licorosos e acompanha bem sobremesas à base de chocolate (fondue de chocolate).
BAROLO: Extremamente encorpado, mas com textura fresca e vibrante fornecida pela acidez e pelos taninos firmes. Acompanha muito bem carnes mais gordurosas.
TINTOS DO ALENTEJO ENCORPADOS: Vinhos redondos, quentes e bastante macios. Têm aromas exuberantes, com notas de frutas e de especiarias. Vai bem com risotos, bacalhau, peixes mais fortes.
CARMÉNÈRE CHILENO: São encorpados, muito frutados, tânicos e com toques aromáticos de pimenta. Combina com carnes vermelhas sem muita gordura, cordeiro assado (famosa no Chile), lasanha à bolonhesa, queijos maduros e peixes gordos (dourado).
CABERNET SAUVIGNON FRANCÊS: Claro que não poderia faltar um exemplar (um dos meus preferidos, diga-se de passagem), é uma uva francesa da região de Bordeaux responsável por muitos châteaux famosos. Costuma gerar vinhos encorpados, tânicos e que podem envelhecer bem. Aromas que lembram frutas escuras, toques herbáceos, e tabaco no envelhecimento são suas marcas registradas. Vai bem com carnes vermelhas, fondue de carne vermelha, pizzas e carnes de caça.
Agora, escolha o seu vinho, sua comidinha preferida e sente-se com amigos à beira de uma lareira, e aqueça-se.

Saúde!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Por que vinho seco é melhor?



Crescemos todos com aquela ideia implantada de que tudo o que é doce, é melhor. Nossas mães adoçavam nossas mamadeiras, sucos sempre adoçados, refrigerantes - uma verdadeira "bomba" de açúcar.
Como o vinho é feito de fruta, as pessoas esperam que seja docinho também. Porém, um vinho suave, ou docinho, não vai passar disso. Você nunca vai identificar nele aqueles aromas específicos de cada uva vinífera, como de especiarias, frutas silvestres, couro ou baunilha, entre vários outros. Isso porque o vinho suave é um vinho simples, feito com uvas “não viníferas” e muito açúcar.

VINHO SUAVE, DOCE E SECO: ENTENDA-OS DE UMA VEZ!

Para a elaboração do verdadeiro vinho doce, também conhecido como vinho de sobremesa, não é adicionado açúcar ao vinho. A doçura pode ser devido ao fungo Botrytis cinerea; colheita tardia, onde a uva é colhida, geralmente, depois de um mês de maturação; ou então ser um vinho fortificado pelo seu alto grau alcoólico. Os mais conhecidos são os do Porto.

Está bem, Carla, então a diferença está só no açúcar? Não! O vinho suave, geralmente é um vinho de qualidade inferior, elaborado a partir de variedades de uvas comuns (Concord, Herbemont, Isabel, Seyve Willard, Niágara, etc.) de espécies americanas (Vitis labrusca, Vitis rupestris, etc.). Já o vinho seco é feito a partir de variedades de uvas nobres (Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Pinot Noir, Merlot, Chardonnay, Riesling, Sauvignon Blanc, etc.) da espécie européia (Vitis vinifera). O vinho seco possui baixo teor de açúcar, natural da fermentação, com menos de cinco gramas por litro. Já o suave contém açúcar, com quantidades superiores a 20g/litro. Ambos podem ser branco ou tinto. Logo, não devemos, nem de longe, confundir um vinho suave com um vinho de sobremesa ou fortificado.

E COMO ESCOLHER UM VINHO SECO PARA EXPERIMRNTAR?

Você pode começar tomando um demisec, que é um intermediário. Uma dica legal é sempre acompanhar o vinho com queijos duros, carnes vermelhas e peixes como salmão ou atum. Para não errar, comece tomando um vinho tinto das uvas Syrah, Cabernet Sauvingon, ambos tintos ou um Chardonnay (branco), que agradam sempre.

Você pode se atrapalhar na hora de escolher um vinho, e isto acontece por não saber ao certo as diferenças entre eles, inclusive, muitos confundem vinho suave com doce e vice-versa. E que atire a primeira rolha, quem nunca encheu a cara com um vinho suave daqueles de garrafa plástica (eca!) ou daqueles garrafões de 5 litros...

Arrisque-se! Se jogue no mundo maravilhoso dos vinhos e sinta todo o prazer que ele pode proporcionar!

Saúde!

segunda-feira, 1 de julho de 2013

O Terroir



Terroir é um termo de origem francesa (lê-se terroar).
Falando de maneira “simplista”, trata basicamente do conjunto solo, clima, microclima, altitude e relevo onde se faz determinado vinho.
O terroir, na ampliação do conceito desenvolvido por geógrafos franceses, é um conjunto de terras sob a ação de uma coletividade social congregada por relações familiares e culturais e por tradições de defesa comum e de solidariedade da exploração de seus produtos.
Nos dias atuais o termo terroir remete a uma conotação positiva em relação ao vinho. Contudo, isto não foi sempre assim. Na França do século XIX, o termo era associado a um vinho que não tinha o caráter nobre (cru) para ser consumido pelas pessoas da cidade, mas referia-se ao vinho com "gosto de terroir", na época associado a um caráter qualitativo pejorativo - a um vinho para ser consumido por gente do interior.
O termo terroir veio a ganhar conotação positiva nos últimos 60 anos, quando a valorização da delimitação dos vinhedos nas denominações de origem de vinhos na França veio a balizar critérios associados à qualidade de um vinho, incluindo o solo e a variedade, dentre outros. A palavra terroir passa a exprimir a interação entre o meio natural e os fatores humanos. E esse é um dos aspectos essenciais do terroir, de não abranger somente aspectos do meio natural (clima, solo, relevo), mas também, de forma simultânea, os fatores humanos da produção - incluindo a escolha das variedades, aspectos agronômicos e aspectos de elaboração dos produtos. Na verdade o terroir é revelado, no vinho, pelo homem, pelo saber-fazer local. O terroir através dos vinhos se opõe a tudo o que é uniformização, padronização e é convergente ao natural, ao que tem origem, ao que é original, ao típico, ao que tem caráter distintivo e ao que é característico.
Vejo o terroir como a comunhão de duas realidades altruístas: o melhor da natureza com o melhor do humano. A busca da expressão perfeita da civilização num copo de vinho.

Terroir e preço
Ao conceito Terroir está também associado o de “preço alto”. Sabe-se que todos querem fazer vinhos de Terroir – pelo menos na imaginação. A famosa classificação dos Crus (Terroirs) bordaleses de 1855 foi sistematizada a partir dos preços de venda estabelecidos durante um século pelo poderoso Império Britânico, seu comprador. Claro que os preços correspondiam à notoriedade alcançada em muitas décadas a partir de uma qualidade ligada a um conceito geológico.
Portanto Terroir não é apenas clima, solo, planta e homem, mas sim também, história e mercado.

História e savoir-faire
O terroir, como um conceito cultural (principalmente na França), considera que a maior parte das pessoas vive para a produção dos vinhos, que para elas não é uma simples mercadoria, mas uma obra de arte da qual participam e se orgulham. A produção destes vinhos é parte da cultura local e está relacionada com a identificação que estas pessoas possuem com sua região e seu país. Este é o motivo pelo qual podemos compreender o tratamento dado pela resistência francesa aos vinhos durante a Segunda Guerra Mundial. As garrafas foram um tesouro bem protegido e escondido dos alemães!
Obviamente, o sentido de preservação não consistia apenas em conservar um bem material, mas o símbolo de uma identidade, de um orgulho nacional. Não entregá-lo era, em certa medida, poupar a própria alma dos franceses, ou ao menos daqueles grupos que se vinculavam culturalmente aos terroirs! E é por isso que o termo é tão complexo, unir os elementos naturais ao “savoir-faire” (saber fazer), como dizem os franceses, é o que faz toda a diferença. Conseguir expressar em um vinho as características do solo, sua estrutura, sua exposição ao sol, vento e chuva, sua orientação geográfica, sua topografia, o clima, e o micro-clima da região, através das intervenções humanas, seja o vigneron (viticultor) homem ou mulher, realmente é algo que vai muito além de “clima”.

E isso é terroir, não é tão simples quanto se imaginava.
Que tal pegar agora uma garrafa de um bom vinho e desfrutar de todas as sensações que um bom terroir pode lhe proporcionar?

Saúde!