sábado, 31 de agosto de 2013

Vinho: Prazer com saúde


Entre todas as bebidas alcoólicas, o vinho é a que mais favorece a saúde.
Mas se a ideia é ter mais saúde, prefira o vinho tinto ao branco. Os tintos têm cerca de dez vezes mais polifenóis do que os brancos. Isso se deve ao fato do maior contato da bebida com as cascas e sementes da uva.

Os polifenóis, componentes encontrados na casca e na semente da uva, reduzem o colesterol ruim (LDL) e aumentam o bom (HDL) no organismo. Por atuar sobre o colesterol, o vinho parece reduzir as chances de formação de cálculos no interior da vesícula biliar. Estudos ainda mostram que o vinho é capaz de reduzir em até 60% o risco de formação de cálculos urinários ao estimular a diurese.

Uma taça por dia é o sufuciente para favorecer o sistema cardiovascular. E mais: de acordo com pesquisas, o resveratrol (contido no vinho) diminui os níveis de açúcar no sangue e reduz a pressão arterial. Ainda mantendo um consumo moderado, o vinho pode reduzir risco de demências como o alzheimer, graças à ação antioxidante que melhora a circulação cerebral, e, ainda, diminui a chance de sofrer com depressão aos consumidores moderados.

Estudos também mostram que o vinho protege as mulheres contra a osteoporose. A substância piceatannol, presente no vinho tinto, pode retardar a geração de células jovens de gordura e as impede de se transformar em células maduras, o que ajuda a engordar menos. O vinho também pode reduzir as chances de diabetes.

Os compostos fenólicos mostraram propriedades antibactericidas, o que afasta infecções no trato respiratório.

O resveratrol, também presente no tinto, incrementa o desempenho físico. A função do coração e a força muscular também tiveram melhoras, mostraram testes em laboratórios.

Também se sabe que o vinho alivia o estresse, inibe a histamina, tem ação antimicrobiana contra o H. Pylori, bactéria implicada na gênese da úlcera duodenal, e, também está associado à menor incidência de úlcera péptica. 

O álcool ajuda o organismo a absorver melhor o ferro ingerido nos alimentos. Além disto, um copo de vinho tinto contém, em média, 0,5mg de ferro.

O vinho reduz a degeneração macular, causa comum de cegueira em idosos.

Na fase inicial, o vinho inibe em até 80% o crescimento do HIV. Os pacientes com AIDS e que estão fazendo o tratamento com o coquetel antiviral e bebem vinho moderadamente, regularmente, durante as refeições, tem um maior período de latência (período em que ficam com o vírus sem manifestar a doença).

Os polifenóis tem ação preventiva e curativa na placa e cárie dentária. No Japão já existem várias patentes de creme dental à base de polifenóis do vinho.

Agora que você conheceu um pouco mais sobre os benefícios do vinho, você tem mais um motivo para virar um apreciador desta bebida dos deuses.

Só lembre-se de que o vinho não deve ser usado como remédio e deve ser tomado com moderação.

Saúde!

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Cuidando bem dos seus vinhos

Para a fabricação de um bom vinho, há muitos cuidados envolvidos, desde a colheita da uva até o armazenamento do produto pronto. Depois de engarrafado na vinícola, o vinho é colocando na prateleira do varejo, e é aí que começam os ataques dos ~inimigos~. Entre eles se destacam o calor, a luminosidade e o oxigênio.
Quando compramos um vinho, precisamos ter a consciência de dar continuidade aos cuidados merecidos por ele.
Se a garrafa for armazenada em local inadequado, quente demais, com luminosidade em excesso e pouca umidade, não há dúvidas de que em pouco tempo estragará. No entanto, alguns cuidados simples podem fazer com que seu vinho amadureça e evolua perfeitamente durante anos.
Vou tentar, com este post, dar umas dicas para cuidados na hora de guardar e depois de aberto também. Espero que ajude!

ARMAZENANDO
O primeiro cuidado básico é com a rolha de cortiça. A cortiça deve estar sempre úmida para que se mantenha a elasticidade e vede bem a entrada da garrafa, para tanto, é necessário uma umidade relativa do ar no ambiente onde se guarda o vinho, de no mínimo 65%.
Caso a temperatura e umidade do ambiente não estiverem corretas, a cortiça pode perder a umidade, encolher e permitir a entrada de oxigênio e vazamento do vinho, o que resulta na oxidação e contato com bactérias, levando à perda lenta e total do vinho, transformando-o em vinagre.  
Este é o motivo das garrafas serem guardadas tradicionalmente deitadas, mas isso não resolve o problema, pois se a umidade for baixa e a temperatura alta, deitar a garrafa só irá facilitar o vazamento. A temperatura ideal é entre 14ºC e 18ºC.No caso das garrafas com vedação de rosca (screwcap), não há a necessidade de se manter a garrafa deitada.

MONTANDO A ADEGA IDEAL
Aproveite espaços úmidos como porões (escuros e úmidos). Outra opção ótima, é a adega climatizada móvel, disponível em lojas de eletroeletrônicos e sites especializados, e os valores estão bem acessíveis, dependendo do tamanho. O móvel é bonito, fica muito bem numa sala ou escritório.A adega ideal tem que ser relativamente espaçosa, limpa, escura (com luz indireta), sem trepidação e fria. Mantenha um caderno com os vinhos registrados por tipo, país, região, uva, safra e preço de compra. Procure anotar as impressões da degustação para consulta futura e onde você adquiriu o rótulo. Este registro fornece precioso histórico de seus vinhos.Costumo anotar também sobre os vinhos que degusto, mesmo sem adquirir o rótulo.
Já existe para os apaixonados por tecnologia, um aplicativo para iPhone para organizar as informações sobre os vinhos, o Wine Notes.

E DEPOIS DE ABERTO, DÁ PARA CONTINUAR GUARDADO?
Depois de aberto, não importa quanto você pagou por aquele rótulo ou o quão bom ele seja, não vai durar muito. Para cada tipo de vinho existe uma vida útil depois de abrir a garrafa.

 Os espumantes não duram nada, pois o gás carbônico evapora facilmente em algumas horas. O vinho não estraga de um dia para o outro, mas perde completamente o gás e os aromas. Logo, se abrir um espumante, beba tudo rápido!

O vinho branco, depois de aberta a garrafa, pode ser guardado de um dia para o outro com poucas perdas, desde que em local frio. Em ambiente quente evaporam os aromas e oxida o vinho.

 Os vinhos rosés são ainda mais perecíveis do que os vinhos brancos. Então não guarde depois de aberto.

 Quanto aos vinhos tintos, os leves (para o dia-a-dia), suportam até um dia depois de abertos. Já os tintos mais intensos, com taninos fortes e alcoólicos suportam até dois dias, depois disso também começam a oxidar.

Os vinhos de colheita tardia podem ser leves e delicados ou intensos e ácidos, doces e 
alcoólicos. Os leves suportam bem dois dias e os mais intensos até quatro dias, desde que em local frio.
  
Vinho do Porto e os fortificados são um pouco mais resistentes depois de abertos, pois possuem maior teor alcoólico, podem durar até 10 dias. Alguns mais poderosos aguentam até 15 dias. Mas depois disso também oxida e se perde.

MAIS ALGUMAS DICAS PARA A CONSERVAÇÃO
Nunca use a rolha que estava no vinho para tampá-lo de volta. Prefira vedantes de metal. 
Evite guardar o vinho na porta da geladeira, pois é a área de maior impacto e agita demais o vinho, favorecendo a oxidação.

Agora, que tal começar uma coleção de vinhos para degustar com os amigos?


Saúde!

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Espumante é o mesmo que Champagne?

Champagne
Todo Champagne é espumante, mas nem todo espumante é Champagne.
 Espumante é um vinho que pode ser produzido com uma variedade maior de uvas, que tem nível significativo de dióxido de carbono, fazendo-o borbulhar quando servido. O Dióxido de carbono resulta de fermentação natural, seja ela feita dentro da garrafa (Método champenoise) ou fora dela (MétodoCharmat).
As borbulhas de CO2 que se formam durante o serviço são denominadas perlage.
 A palavra champagne é usada como sinônimo de espumante, o que é vedado inclusive por algumas legislações.
Para ser considerado um Champagne, deve ser fabricado obrigatoriamente na cidade de Champagne, no Nordeste da França e deve ser feito no método Champenoise (fermentação natural feita dentro da garrafa) com três tipos de uva: a Pinot Noir (dá aroma frutal, estrutura e a cor dourada típica), a Chardonnay (fornece aroma floral, frutal e amanteigado) e Pinot Meunier (estrutura a bebida)
A região produtora de champanhe foi delimitada em 1927 e ocupa uma área de 32 mil hectares (a região demarcada do Douro, mais antiga e maior, foi criada em 1756 e ocupa 250 mil hectares).
É tradicionalmente servida como aperitivo, pois são estimulantes de apetite.
O Champagne virou a bebida das celebrações e sinônimo de status.

Os espumantes mais conhecidos:
·                     Champagne: França
·                     Asti spumante: Itália
·                     Prosecco: Itália
·                     Lambrusco: Itália
·                     Cava: Espanha
Existem vários tipos de espumantes que atendem bem todos os gostos. Quem aprecia vinhos secos, o brut é a melhor pedida. Já o demi-sec é meio seco, enquanto o doce, como o próprio nome já indica, traz uma taxa elevada de açúcar, sendo, inclusive, um vinho perfeito para acompanhar sobremesas.
Além das sobremesas, o espumante também acompanha muito bem frutos do mar e pratos com alto teor de gordura, sobretudo as frituras. Os rosés vão bem com salgadinhos condimentados.

Serviço:
Para atingir a temperatura ideal (em torno de 9ºC), a garrafa deve ser colocada em um balde com gelo e água por cerca de trinta minutos antes de servir.
Nunca coloque a bebida no congelador, pois a pressão dentro da garrafa pode fazer com que ela exploda.
Não chacoalhe a garrafa para projetar a rolha, pode machucar alguém e é deselegante.
Utilize um guardanapo de pano para abrir, assim, evita acidentes e abafa qualquer ruído na abertura.
Preencha a taça até a metade, nunca encha até transbordar.
Não espere uma ocasião especial para brindar com Champagne ou espumante. A ocasião é agora! Celebre a vida!

Saúde!

Método Charmat

Também chamado Charmat-Martinotti, este processo é um método mais econômico que o Método Champenoise para criar gás carbônico nos espumantes. O vinho é submetido à segunda fermentação em tanques de aço inoxidável (em vez da própria garrafa) e é engarrafado sob pressão. O processo é similar ao de fabrico de refrigerantes, diferindo deste na medida em que o gás carbônico do espumante é produzido na segunda fermentação (enquanto o do refrigerante é simplesmente adicionado por uma fonte externa ao processo).
Este processo foi inventado em 1895 pelo enólogo italiano Federico Martinotti mas foi patenteado em 1907 pelo francês Eugène Charmat.

Fonte: site wikpedia

Método Champenoise tradicional ou clássico

Esta é uma forma de processar vinhos espumantes realizando a segunda fermentação na própria garrafa, conforme já descrito acima. Este é o método utilizado para a produção do autêntico champagne, também sendo empregado em outros espumantes de qualidade superior. A invenção deste processo é outorgada ao monge beneditino Dom Pérignon.
O método consiste principalmente numa dupla fermentação do mosto, primeiro em tanques, e o segundo nas garrafas, em adega, fazendo o remuage (rotação das garrafas) regularmente.
A primeira fermentação, chamada fermentação alcoólica é idêntica à a que sofrem os vinhos comuns(ou seja não efervescentes). O vinho básico geralmente é vinificado em tanques mas alguns produtores preferem fazer a vinificação em barris de carvalho; é o caso das casas Krug e Bollinger.
No início do ano (que segue a colheita), os vinhos estão prontos para a mistura (ou corte) em que as proporções podem variar a cada ano incluindo vinhos de diferentes produtores ou mesmo de safras. Nenhum outro AOC na França permite este tipo de mistura de vinho de diferentes safras.
No momento de engarrafar o vinho básico assim obtido, é acrescentado um composto de fermentos e cerca de 24g de açúcar por litro de vinho. Isso provocará a última fermentação e é esta segunda fermentação que vai dar nascimento às bolhas de dióxido de carbono. A garrafa então é tapada com uma cápsula metálica parerida com as das garrafas de cerveja.
Porém, esta segunda fermentação provoca o surgimento de borras que deverão ser retiradas do vinho.
Segue então o período de descanso do vinho em garrafas durante cerca de um ano para os não safrados (ou millésimées) e de três anos ou mais para as garrafas safradas.
Após este período as garrafas são colocadas em estantes com o gargalo para baixo. A cada dia, as garrafas são remuées, ou seja giradas de um quarto de volta, de um movimento seco, a fim de descolar as borras da parede da garrafa e fazê-las descer para o gargalo. Em alguns produtores essa prática é feita ainda manualmente enquanto os grandes produtores já o fazem com equipamentos automatizados. Para retirar o depósito de borra, congela-se então o gargalo num banho de salmoura a -25°C, tira-se a cápsula e a borra é expulsa pelo gás sob pressão. O volume de champanhe assim perdido é substituído por uma mistura de vinho e açúcar, chamado licor ou vinho de dosagem. A quantidade de açúcar presente no licor vai determinar se o champanhe será brut, sec ou demi sec.
Existem também champanhes não dosados: completa-se o nível da garrafa com vinho em vez do licor de dosagem. Entre os não dosados encontramos o Drappier à Urville, Georges Vesselle à Bouzy, Laurent- Perrier à Tours-sur-Marne, Paul Goerg à Virtudes ou Piper-Heidsieck em Reims.
Nesse momento a garrafa de champanhe será tapada com a sua famosa rolha de cortiça e mantida em adega para o envelhecimento (maturação) antes de comercialização
A União Européia declarou que a expressão “Méthode champenoise” só pode ser utilizada para vinhos provenientes da região francesa de Champagne, aprovando o uso da expressão Méthode traditionnellepara os vinhos produzidos pelo mesmo sistema em outras regiões geográficas. Produtos que não estejam em conformidade com esta norma, o que se encontra com facilidade em vários países, não podem ser oferecidos no mercado da comunidade.

fonte: site wikpedia

terça-feira, 23 de julho de 2013

Vinho e frio. A combinação perfeita!


O inverno. Ah! O frio... Esta estação conhecida pelos casacos elegantes, botas de cano longo, lareiras que transformam o ambiente em um canto acolhedor, o rechaud borbulhando com aquele fondue quentinho e gostoso, e, como não poderia faltar, uma boa taça de vinho para acompanhar. Não existe uma estação mais adequada para tomar vinho.
Entre as versões, o tinto é o mais indicado para esta época do ano. São boas companhias para os pratos típicos de inverno, como pizzas, massas, carnes (churrasco, assados, cordeiro), fondues, risotos de carne, embutidos e queijos mais curados.
Vinhos com teor alcoólico mais alto para esquentar o organismo e dar sensação de aconchego para "quebrar o gelo". Em média, os tintos têm 13% de álcool, mas uma sutil alteração nesse teor, chegando a 14,5%, já confere uma boa diferença e calor. 
Escolha os mais frutados e menos tânicos com queijos bem curados.  (leia sobre taninos aqui)
MAS PORQUE PREFERIMOS COMIDAS MAIS PESADAS E VINHO NO FRIO?
Podemos associar o frio com o gasto energético maior do corpo, porque o organismo se esforça mais para manter a temperatura corporal dentro dos padrões da normalidade. Por isso, procuramos alimentos mais pesados e bebidas como o vinho, que aumentam a circulação do sangue, principalmente para os membros e as extremidades, dando sensação de aquecimento. Por esse motivo, que quando bebemos, ficamos vermelhos, na verdade é o sangue circulando mais nas extremidades.
OS TIPOS DE VINHO PERFEITOS PARA OS DIAS FRIOS:
AMARONE: Vinho tinto aveludado e denso, com aromas e sabores de frutas secas, vermute e chocolate. Harmoniza bem com cozidos e ensopados substanciosos de caças e queijos fortes (parmesão).
MALBEC ARGENTINO ENCORPADO: Tintos extremamente concentrados e intensamente frutados, com aromas e sabores de violeta e licor de frutas. Perfeitos para acompanhar churrascos.
VINHOS DO PORTO E MADEIRA: Vinhos fortificados, aos quais se acrescenta aguardente vínica. A maior parte tem a doçura dos licorosos e acompanha bem sobremesas à base de chocolate (fondue de chocolate).
BAROLO: Extremamente encorpado, mas com textura fresca e vibrante fornecida pela acidez e pelos taninos firmes. Acompanha muito bem carnes mais gordurosas.
TINTOS DO ALENTEJO ENCORPADOS: Vinhos redondos, quentes e bastante macios. Têm aromas exuberantes, com notas de frutas e de especiarias. Vai bem com risotos, bacalhau, peixes mais fortes.
CARMÉNÈRE CHILENO: São encorpados, muito frutados, tânicos e com toques aromáticos de pimenta. Combina com carnes vermelhas sem muita gordura, cordeiro assado (famosa no Chile), lasanha à bolonhesa, queijos maduros e peixes gordos (dourado).
CABERNET SAUVIGNON FRANCÊS: Claro que não poderia faltar um exemplar (um dos meus preferidos, diga-se de passagem), é uma uva francesa da região de Bordeaux responsável por muitos châteaux famosos. Costuma gerar vinhos encorpados, tânicos e que podem envelhecer bem. Aromas que lembram frutas escuras, toques herbáceos, e tabaco no envelhecimento são suas marcas registradas. Vai bem com carnes vermelhas, fondue de carne vermelha, pizzas e carnes de caça.
Agora, escolha o seu vinho, sua comidinha preferida e sente-se com amigos à beira de uma lareira, e aqueça-se.

Saúde!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Por que vinho seco é melhor?



Crescemos todos com aquela ideia implantada de que tudo o que é doce, é melhor. Nossas mães adoçavam nossas mamadeiras, sucos sempre adoçados, refrigerantes - uma verdadeira "bomba" de açúcar.
Como o vinho é feito de fruta, as pessoas esperam que seja docinho também. Porém, um vinho suave, ou docinho, não vai passar disso. Você nunca vai identificar nele aqueles aromas específicos de cada uva vinífera, como de especiarias, frutas silvestres, couro ou baunilha, entre vários outros. Isso porque o vinho suave é um vinho simples, feito com uvas “não viníferas” e muito açúcar.

VINHO SUAVE, DOCE E SECO: ENTENDA-OS DE UMA VEZ!

Para a elaboração do verdadeiro vinho doce, também conhecido como vinho de sobremesa, não é adicionado açúcar ao vinho. A doçura pode ser devido ao fungo Botrytis cinerea; colheita tardia, onde a uva é colhida, geralmente, depois de um mês de maturação; ou então ser um vinho fortificado pelo seu alto grau alcoólico. Os mais conhecidos são os do Porto.

Está bem, Carla, então a diferença está só no açúcar? Não! O vinho suave, geralmente é um vinho de qualidade inferior, elaborado a partir de variedades de uvas comuns (Concord, Herbemont, Isabel, Seyve Willard, Niágara, etc.) de espécies americanas (Vitis labrusca, Vitis rupestris, etc.). Já o vinho seco é feito a partir de variedades de uvas nobres (Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Pinot Noir, Merlot, Chardonnay, Riesling, Sauvignon Blanc, etc.) da espécie européia (Vitis vinifera). O vinho seco possui baixo teor de açúcar, natural da fermentação, com menos de cinco gramas por litro. Já o suave contém açúcar, com quantidades superiores a 20g/litro. Ambos podem ser branco ou tinto. Logo, não devemos, nem de longe, confundir um vinho suave com um vinho de sobremesa ou fortificado.

E COMO ESCOLHER UM VINHO SECO PARA EXPERIMRNTAR?

Você pode começar tomando um demisec, que é um intermediário. Uma dica legal é sempre acompanhar o vinho com queijos duros, carnes vermelhas e peixes como salmão ou atum. Para não errar, comece tomando um vinho tinto das uvas Syrah, Cabernet Sauvingon, ambos tintos ou um Chardonnay (branco), que agradam sempre.

Você pode se atrapalhar na hora de escolher um vinho, e isto acontece por não saber ao certo as diferenças entre eles, inclusive, muitos confundem vinho suave com doce e vice-versa. E que atire a primeira rolha, quem nunca encheu a cara com um vinho suave daqueles de garrafa plástica (eca!) ou daqueles garrafões de 5 litros...

Arrisque-se! Se jogue no mundo maravilhoso dos vinhos e sinta todo o prazer que ele pode proporcionar!

Saúde!

segunda-feira, 1 de julho de 2013

O Terroir



Terroir é um termo de origem francesa (lê-se terroar).
Falando de maneira “simplista”, trata basicamente do conjunto solo, clima, microclima, altitude e relevo onde se faz determinado vinho.
O terroir, na ampliação do conceito desenvolvido por geógrafos franceses, é um conjunto de terras sob a ação de uma coletividade social congregada por relações familiares e culturais e por tradições de defesa comum e de solidariedade da exploração de seus produtos.
Nos dias atuais o termo terroir remete a uma conotação positiva em relação ao vinho. Contudo, isto não foi sempre assim. Na França do século XIX, o termo era associado a um vinho que não tinha o caráter nobre (cru) para ser consumido pelas pessoas da cidade, mas referia-se ao vinho com "gosto de terroir", na época associado a um caráter qualitativo pejorativo - a um vinho para ser consumido por gente do interior.
O termo terroir veio a ganhar conotação positiva nos últimos 60 anos, quando a valorização da delimitação dos vinhedos nas denominações de origem de vinhos na França veio a balizar critérios associados à qualidade de um vinho, incluindo o solo e a variedade, dentre outros. A palavra terroir passa a exprimir a interação entre o meio natural e os fatores humanos. E esse é um dos aspectos essenciais do terroir, de não abranger somente aspectos do meio natural (clima, solo, relevo), mas também, de forma simultânea, os fatores humanos da produção - incluindo a escolha das variedades, aspectos agronômicos e aspectos de elaboração dos produtos. Na verdade o terroir é revelado, no vinho, pelo homem, pelo saber-fazer local. O terroir através dos vinhos se opõe a tudo o que é uniformização, padronização e é convergente ao natural, ao que tem origem, ao que é original, ao típico, ao que tem caráter distintivo e ao que é característico.
Vejo o terroir como a comunhão de duas realidades altruístas: o melhor da natureza com o melhor do humano. A busca da expressão perfeita da civilização num copo de vinho.

Terroir e preço
Ao conceito Terroir está também associado o de “preço alto”. Sabe-se que todos querem fazer vinhos de Terroir – pelo menos na imaginação. A famosa classificação dos Crus (Terroirs) bordaleses de 1855 foi sistematizada a partir dos preços de venda estabelecidos durante um século pelo poderoso Império Britânico, seu comprador. Claro que os preços correspondiam à notoriedade alcançada em muitas décadas a partir de uma qualidade ligada a um conceito geológico.
Portanto Terroir não é apenas clima, solo, planta e homem, mas sim também, história e mercado.

História e savoir-faire
O terroir, como um conceito cultural (principalmente na França), considera que a maior parte das pessoas vive para a produção dos vinhos, que para elas não é uma simples mercadoria, mas uma obra de arte da qual participam e se orgulham. A produção destes vinhos é parte da cultura local e está relacionada com a identificação que estas pessoas possuem com sua região e seu país. Este é o motivo pelo qual podemos compreender o tratamento dado pela resistência francesa aos vinhos durante a Segunda Guerra Mundial. As garrafas foram um tesouro bem protegido e escondido dos alemães!
Obviamente, o sentido de preservação não consistia apenas em conservar um bem material, mas o símbolo de uma identidade, de um orgulho nacional. Não entregá-lo era, em certa medida, poupar a própria alma dos franceses, ou ao menos daqueles grupos que se vinculavam culturalmente aos terroirs! E é por isso que o termo é tão complexo, unir os elementos naturais ao “savoir-faire” (saber fazer), como dizem os franceses, é o que faz toda a diferença. Conseguir expressar em um vinho as características do solo, sua estrutura, sua exposição ao sol, vento e chuva, sua orientação geográfica, sua topografia, o clima, e o micro-clima da região, através das intervenções humanas, seja o vigneron (viticultor) homem ou mulher, realmente é algo que vai muito além de “clima”.

E isso é terroir, não é tão simples quanto se imaginava.
Que tal pegar agora uma garrafa de um bom vinho e desfrutar de todas as sensações que um bom terroir pode lhe proporcionar?

Saúde!

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A arte de bem servir o vinho.





O vinho é popular praticamente no mundo todo, pois o seu surgimento em tempos remotos tornou-o um produto que acompanhou grande parte da evolução econômica e sócio-cultural de várias civilizações ocidentais e orientais. Mas isso não quer dizer que pode ser servido de qualquer maneira, sem nenhum requinte.
A maioria das pessoas acham que as regras para se degustar um vinho são meramente frescura. Na verdade, cada uma das regras tem um motivo. O objetivo delas é fazer com que a pessoa aprecie o máximo possível o seu vinho, sem atrapalhar sua temperatura, seu sabor e seu ar elegante.
Então vamos ver a seguir, algumas regrinhas básicas na hora de servir o vinho.


A ordem dos tipos de vinhos
Volto em breve com mais algumas dicas e curiosidades.
A ordem por que deve servir os vinhos é a seguinte: o seco antes do doce, o novo antes do velho, o branco antes do tinto.
Na dúvida, pense: não posso apreciar um bom vinho seco, se antes eu tiver bebido um vinho doce. Um vinho que envelheceu está no seu auge, logo, ele esconderá o vinho novo, que ainda não está maduro.
Você deve sempre servir por último o melhor, pois ficará guardada aquela última impressão.
Resumindo, siga assim: Do bom ao excelente. Do leve ao encorpado. Do simples ao complexo.

A que temperaturas servir
Os vinhos brancos, rosados e espumantes, bebidos fora das refeições ou servidos antes destas, são mais agradáveis bem frescos. Recomenda-se deixar a garrafa imersa em uma mistura de 50% gelo e 50% água por aproximadamente 15 minutos. Estes vinhos nunca devem ultrapassar a temperatura de 8°C, pois perde o paladar e o aroma.
Já os tintos, que devem ser servidos em temperatura ambiente, deve-se levar em consideração que esta temperatura refere-se ao ambiente onde o vinho foi produzido, o que na sua grande maioria, são ambientes mais frios. Logo, se está um calor de 28°C, você não vai deixar o vinho em cima da mesa "cozinhando".
O ideal mesmo é, primeiro verificar a temperatura indicada no próprio rótulo. Um truque que funciona bem é, deixar a garrafa imersa em uma mistura de 25% gelo e 75% água por uns 10 minutos antes de servir.

Abrir a garrafa
Corte a cápsula logo abaixo dos recortes do gargalo, para que na hora de servir, o vinho não entre em contato com o material da cápsula. Lembre-se de deixar o rótulo o tempo todo de frente para os convidados.
Introduza suavemente o saca-rolha, segurando firmemente a garrafa com a outra mão. Não ultrapasse a rolha com a espiral, a fim de evitar que caiam no vinho partículas de rolha ou depósitos que lhe tenham fixado. Se a rolha é difícil de extrair, introduza o saca-rolha em diagonal. Depois de retirar a rolha, limpe o interior do gargalo.
Para abrir uma garrafa de espumante, segure a rolha com firmeza depois de retirar o muselet, e, use sempre um guardanapo de pano para abafar qualquer barulho de estouro da saída da rolha.

Servir
Tenha cuidado ao servir para não respingar vinho. Segure firmemente o corpo da garrafa, lembrando sempre de deixar o rótulo a vista de quem vai beber.  
Nada e encher o copo! O ideal, é que se preencha 2/3 do copo para que haja espaço o suficiente para aquele movimento giratório do copo e liberar os aromas.
Para os espumantes, encha o copo até a metade, para uma melhor observação da "subida" das bolhas.

A escolha do copo
Fatores importantes na escolha do copo ideal são: a transparência do cristal para a apreciação perfeita da cor. As hastes longas para permitir segurar o copo sem tocar o bojo e assim não alterar a temperatura da bebida. E quanto mais aberto o bojo, mais se ressaltam os aromas.


Agora que sabe a maneira certa de servir, aproveite para treinar servindo a si mesmo uma garrafa de seu vinho preferido.


Saúde!

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Mas afinal, o que são os Taninos?



Você já deve ter se perguntado isso algumas vezes, quando ouve alguém dizer que tal vinho é "muito tânico” ou “pouco tânico”.

Didaticamente falando:
Taninos são polifenóis de origem vegetal (Substâncias naturais encontradas em plantas. Muitas destas substâncias são classificadas como antioxidantes naturais e possuem propriedades terapêuticas, estando presentes em alimentos e plantas medicinais).
Alguns alimentos que contém taninos: Cereja, chá, vinho (mais nos tintos que nos brancos), romã, a maioria das bagas (arando-vermelho, morango, mirtilo) também contém taninos, entre outros.

No vinho:
Tanino é um ácido adstringente derivado das cascas e sementes das uvas que causa uma sensação adstringente na boca.
As cascas das uvas vermelhas contêm tanino, que é a chave da diferença básica de sabor entre vinhos tintos e brancos. Quanto mais o suco for deixado em contato com as cascas, maior o teor de tanino, que dá ao vinho uma característica adstringente.
Se você não estiver acostumado com o sabor de um vinho tinto forte, poderá se flagrar fazendo careta.

Qual a sensação dos taninos?
Sabe quando você come um caju ou banana verde e “amarra” a boca? Este é o tanino da fruta.
A sensação de amarrar do tanino ainda tem o nome "técnico" de Adstringência.
O excesso de taninos no vinho traz aquela sensação de secura imediata na boca. Já uma quantidade adequada e equilibrada, com a acidez e doçura, não causará esse efeito, pelo contrário, o tanino será sentido como parte estrutural da bebida.
Quanto mais maduros forem os taninos, menores serão os sintomas de adstringência e agressividade. Taninos maduros podem ser descritos como dotados de textura aveludada, como se o vinho contivesse inúmeras micro partículas sólidas, que não provocam nenhuma aspereza na boca, apenas contribuem com volume e peso.

Para que serve?
O tanino tem uma função importante para o vinho: ele é um conservante natural. Enquanto todos os outros elementos são iguais, um vinho com quantidade elevada de tanino irá durar mais, ou seja, é fundamental para a longevidade, a estrutura e base dos vinhos tintos. Por isso, muitos que têm essa substância em abundância, como os vinhos com Cabernet Sauvignon e Nebbiolo, são os que podem envelhecer por mais tempo. Inclusive, falando nisso, geralmente quanto mais grossa for a casca, mais taninos a uva terá. Outros bons exemplos são a Petit Verdot e Sangiovese.
Os taninos regem a idade do vinho. Um vinho novo é adstringente porque os taninos ainda não amansaram, um vinho jovem é aquele elaborado com poucos taninos de modo a permitir um consumo imediato, vinhos velhos são aqueles em que a evolução dos taninos gerou a complexidade aromática.

E para harmonizar?
Um vinho que, sozinho, seja amargo demais pode ser o complemento perfeito para um jantar.
Para harmonizar um vinho com taninos mais elevados, aposte em carnes vermelhas e evite peixes, já que vinho tinto tânico junto ao sal poderá dar uma sensação metálica na boca. Logo, queijos mais salgados também devem ser evitados.
Uma combinação interessante para harmonizar com vinhos assim é um prato com gordura, algo como carne de panela, carne assada, algo do tipo.

Uma curiosidade interessante:
Os taninos são os principais responsáveis pelos benefícios que o vinho traz a saúde, logo, concluímos que apenas os vinhos tintos fazem bem a nós seres humanos, os brancos, em que pesem serem deliciosos, não tem essa qualidade.


Deu para entender melhor sobre os taninos?
Agora, aprecie uma boa garrafa de tinto, e perceba cada detalhe e sensação.


Saúde!

terça-feira, 28 de maio de 2013

Qual o meu gosto para vinhos?



Sim, você precisa se fazer esta pergunta antes de sair comprando todas as garrafas bonitas que você encontra por aí.

Quando você bebe um vinho e se identifica muito com ele, podemos dizer que ele tem a mesma personalidade que você.
Mas vinho tem personalidade?
Isso mesmo! Vinho tem personalidade!
Tem o vinho forte e encorpado. São vinhos estruturados e marcantes. As uvas mais comuns com esta “personalidade” são as Cabernet  Sauvignon, Syrah e alguns Malbecs Argentinos, todos muito fáceis de encontrar.
Tem o vinho leve e fácil de beber. As Pinot Noir são uvas mais leves e delicadas.
Já de corpo médio, tem a uva Merlot, que não deixa de ser delicado na boca.
Nesta categoria de leveza, temos ainda alguns brancos. Digo alguns, porque tem os brancos leves e os brancos encorpados.
Os vinhos mais claros, normalmente são os mais leves. Como exemplo, a Sauvignon Blanc representa bem, com características de frutas amarelas.
Os brancos encorpados aparecem na uva Chardonnay, que fica boa depois de “descansar” em barris de carvalho. Uvas mais fortes, porém mais difíceis de encontrar, são a alemã Riesling e a francesa Gros Manseng, estas duas, conhecidas como “Brancos em pele de tinto”.
Tem ainda, os vinhos naturalmente doces.
Calma! Não falo aqui do vinho tinto suave de mesa, que é aquele vinho adicionado de muito açúcar, o que descaracteriza totalmente o vinho.
Falo de uvas naturalmente doces como, por exemplo, a Moscatel, nas versões branco ou espumante.
Já para quem busca desafio e complexidade, tem que dispor um pouco mais de tempo para o “garimpo”, que digo, é um ótimo passa-tempo. Neste caso, os representantes dignos, são os Malbecs, Cabernet Sauvignons e Carménères de Reservas Especiais.
E para quem, ainda nesta linha de pensamento, puder dispor de um investimento maior, tem os tradicionalíssimos vinhos franceses de Bordeaux e Borgonha e ainda alguns italianos. Lembrando que muitos são tão complexos, que pode-se levar anos para encontrar toda a essência.
Tem ainda o exótico, que busca o diferente. Estes devem ser levados a países não tão tradicionais como África do Sul, Nova Zelândia, Grécia, Uruguai, entre outros. 
E se você quer um vinho docinho, temos os de “colheita tardia”, que são mais indicados para acompanhar sobremesa. Estas uvas são colhidas bem maduras, por isso liberam toda a doçura da fruta na bebida. Além deste, tem os fortificados, como exemplo a uva Ruby que acompanha bem sobremesas.
E, por fim, para quem tem muito calor, tem os refrescantes espumantes. As borbulhas não só refrescam, como também combinam bem com quase qualquer prato. São muito bem representados por nós brasileiros, pelas Cavas espanholas, pelos Proseccos italianos e Champagnes franceses (estes dois últimos, de origem controlada).
 Opções de uvas e origens temos aos montes. Só resta buscar o que mais você se identifica.
Faça um “tour” por todas as categorias, personalidades, regiões e explore tudo de melhor que o vinho pode lhe proporcionar.

Saúde!